Daqui a uns anos como será que contaremos aos nossos netos como passamos por 2020? Para mim, começou cheio de esperança mas logo começaram a surgir notícias ruins do outro lado mundo, vírus, mortes, histórias conspiratórias, fake-news virou palavra da moda, mas as coisas não paravam de piorar, lockdown, recorde de mortes, começou o pânico e de repente todo mundo em casa, com medo da pandemia que ameaçava o mundo todo.
Como eu disse as coisas não paravam de piorar, após um curto período, as pessoas começaram a chegar à conclusão que precisavam trabalhar pois não tinham reservas para um período muito longo, mas ainda era muito perigoso, os médicos ainda não sabiam como lidar com a doença, o número de infectados era cada vez maior, hospitais cheios, mais fake-news, políticos querendo tirar vantagem, bandidos da pior espécie.
Relendo estes dois parágrafos, cenário de guerra, III Guerra Mundial, com o pessoal da saúde no front, cientistas dando tiro para todos os lados, as pessoas morrendo ou começando a passar necessidades, e se arriscando a sair de casa para trabalhar, mesmo sem clientes para atender...
Começam a surgir negócios paralelos, voltados para a proteção pessoal, higiene e limpeza, alguns tentando aproveitar as novas oportunidades outros buscando um mínimo de renda para sobreviver neste cenário incerto e desolador...
Para os que puderam se isolar, os deliveries e e-commerces foram os meios de compra mais utilizados, o mercado digital tomou proporções que a nem os mais otimistas poderiam prever, o governo começou a fornecer ajuda emergencial para os mais necessitados, alguma ajuda para as empresas poderem se manter por alguns meses, infelizmente alguns mal intencionados se aproveitando para dar uns golpes...
Em agosto e setembro o pico da desgraça parece ter chegado, a doença não avançava com a mesma velocidade, muitas empresas fecharam, muitas se adaptaram da melhor forma, para mim, de uma certa forma, os negócios não estavam tão mal... consegui reduzir despesas, conseguia trabalhar em casa e a procura por soluções digitais estava alta, o difícil estava em ajustar os preços porque a crise corroeu o capital de todas as pessoas e empresas.
No pior momento (Abril/Maio) meu faturamento chegou a cair 70%, mas aos poucos consegui alguns novos clientes, alguns serviços pontuais e muito trabalho com preços com desconto para se adaptar à nova realidade. Pelo menos consegui sobreviver e chegar até aqui;
Parecia que o pior realmente já tinha passado, algumas vacinas já estavam em fase final de desenvolvimento, os médicos já estavam se utilizando de uns protocolos de tratamento que estavam dando um melhor resultado e o número de mortes e infectados estava caindo pelo mundo todo...
Ledo engano, acabei sendo contaminado bem no início do que parecia uma nova onda de contaminações e mortes. Graças a Deus, meus sintomas foram leves, e embora todos em casa acabassem infectados, ficamos todos bem e recuperados. O número de mortes e infecções cresce rapidamente novamente e infelizmente passaremos as festas de fim de ano novamente isolados e preocupados.
O cenário agora é diferente, como eu já disse estamos mais preparados com os tratamentos e um par de vacinas aprovadas e sendo ministradas em alguns países. Mas ainda numa corrida contra o tempo para imunizar os mais vulneráveis, e os profissionais de saúde enquanto a infecção acelera a cada contagem.
No final de contas meu faturamento vai fechar com uma pequena redução em relação ao ano passado e vou iniciar o ano novo novamente cheio de esperança por dias melhores.
Me desculpem pelos desabafos e um texto meio incomum para uma agência de marketing, mas queria deixar registrado aqui algumas impressões deste ano bem difícil e desafiador; muitas mudanças, muitas coisas ruins, mas com certeza muitas coisas boas também
Por enquanto é isso, desejo a todos um ótimo Natal com muita amor e paz sem aglomeração; e um ano novo com muita saúde, sabedoria e prosperidade!
Que venha 2021 e até lá!
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